30 de março de 2010

A assustadora apatia política dos jovens.


A assustadora apatia política dos jovens.

Corrupção, nepotismo, bandidagem, politicagem, irresponsabilidade, destruição ambiental, enriquecimento ilício e tantos outras atividades denunciadas diariamente nos jornais. E o que fazemos em relação à tudo isso?

Resmungamos? Dizemos que o país está perdido? Que não tem mais jeito? Que sempre foi assim? Que não há o que fazer?

Chega a ser assustadora a apatia política da atual juventude. Por muito menos, em gerações passadas, estudantes invadiam as ruas, os plenários e exigiam mudanças e melhores decisões políticas. Hoje, no máximo, comentários genéricos ou engraçadinhos enviados pelo twitter parecem ser a forma de manifestação daqueles que ainda se manifestam…

O que aconteceu com nossa juventude? Por que não se envolvem com política pública? Em uma discussão recente em nosso Programa de Pós-graduação, um dos professores destacou que antes da ditadura militar em nosso país, a participação dos movimentos estudantis nas decisões políticas era intensa. Com a ditadura, tais movimentos foram reprimidos e os que continuaram a lutar por um país melhor acabaram torturados, mortos ou exilados.

A ditadura militar acabou… e nós? Por que continuamos a agir como se corressemos o risco de sermos torturados ou exilados por manifestar nossas opiniões e idéias para a construção de um país melhor? Algumas crônicas recentes no jornal Folha de São Paulo examinam que não são necessários militares para acabar com a participação política da juventude de um país. A própria política (ou os políticos que ocupam cargos públicos) já tem criado contingências suficientes para atenuar a participação de outras pessoas, que não eles próprios, nas decisões governamentais.

Resumindo: Quem está no poder cria condições para permanecer no poder. Perdemos completamente o horizonte de um projeto de desenvolvimento econônico, social e ambiental para o país como orientador das ações de nossos governantes, para a simples luta pela manutenção de poder de quem já o detêm. Parafraseando meu orientador, o critério orientador das ações dos políticos tem sido a mera “ocupação de espaço“.

Incentivo aqui nesse site a participação dos leitores para acompanhar, avaliar e questionar as decisões de nosso presidente, senadores, deputados, prefeitos, etc. Na barra à esquerda, há link direto para enviar email para senadores e deputados. Pessoalmente, aprendi com meu pai, já há algum tempo, a ser “chato” e enviar emails para eles com alta frequência. De todos os emails que mandei, no máximo 5 foram respondidos. Dois deles por respostas padrão que não respondiam absolutamente nada do que era questionado. Esse exemplo ilustra o desinteresse de nossos governantes de que as pessoas participem das decisões tomadas, ou do debate público daquilo que acontece nos círculos fechados da governança de nosso Estado.

Diante da inércia daqueles que deviam brigar por um país melhor (NÓS MESMOS!) e do total desinteresse de nossos governantes de que tenhamos controle sobre aquilo que eles fazem, o que nos cabe fazer?

Manter-se resmungando não me parece uma boa saída…

Não fazer nada seria incompatível com tudo que acredito…

E aí? Quais são suas idéias para contruirmos um país melhor?


3 comentários:

PROFESSOR DIEGO FABIANO MARCON disse...

É triste ver a juvetude cercada de apatia...poderia dizer que até "trágico", afinal isto compromete parcialmente as gerações vindouras.
Cabe a todos os cidadãos, fazer valer seus direitos, suas vontades como comunidade...

O país almeja ser destaque mundial, mas para isso é necessidade urgente a reestruturação completa de duas instituições dundamentais: FAMÍLIA E ESCOLA (EDUCAÇÃO).

E não basta reestruturar apenas com valores modernos, é preciso fazer valer a força das palavras: família representa união, carinho, afeto, atenção, responsabilidade, reciprocidade...independentemente da forma como esta família é formada. Para uma educação de qualidade, não bastam apenas, um prédio (escola), um quadro, giz, tecnologia ao alcace de todos...é preciso comprometimento através da participação de todos os envolvidos e isso começa na FAMÍLIA.

Nardy Bechtold Junior disse...

Realmente os jovens brasileiros estão acomodados para os problemas de nosso país, pois, para a maioria, é muito mais cômodo esperar que o outro promova a mudança enquanto "eu" fico passando meu tempo com coisas fúteis.

A questão do envio de e-mail - conforme consta no texto, seria uma boa ideia caso os nossos políticos pensassem em respondê-los, mas, como de costume, eles lembram de nós apenas em período eleitoral (sem exceção).

Concordo com o professor Diego, a nossa sociedade precisa reestruturar as duas instituições mais importantes: a família e a educação, e por meio destas, trabalhar com nossos jovens os valores da nossa sociedade, lembrá-los de que os políticos estão representando-nos no "Planalto", e que o salário deles vêm do nosso bolso, então nada mais justo que os mesmos lutem por nós.

Cada um precisa fazer a sua parte, e não esperar que o outro faça por nós.

Talvez a reconstrução desta idolatria e força de vontade em nossos jovens seja lenta, mas tenho certeza de que ela é possível sim, basta deixarmos o comodismo de lado e acordar para a realidade de nosso país.

Anônimo disse...

Há bastante tempo ouvi um grande comentarista num telejornal dizer que o brasileiro é muito dorminhoco! E que admirava que o Brasil ainda não havia falido de vez, pelo festival de incompetência que temos há séculos, se reproduzindo por aqui. Dorminhoco no sentido de que não protesta, não luta contra o abuso no uso do dinheiro público.

Os jovens hoje, na sua grande maioria, me parece que já foram enquadrados ou formatados, no padrão do conformismo. Parece que vivemos uma era do "não adianta! sempre foi assim!"...

A mentalidade atual dos brasileiros favorece e muito as elites dominantes, pois já criaram uma "cultura da pobreza", principalmente utilizando uma das mais eficazes ferramentas para o controle e entretenimento da massa, que é a mídia.

Certamente nossa base está comprometida. A família brasileira está cada vez mais desestruturada, distanciando seus filhos dos bons valores e costumes. Principalmente quando esses acabam ocupando seus cérebros com programas do padrãozinho BBB, entre outros tantos do tipo, que reúnem muitas famílias brasileiras!

Daí temos uma possível resposta do por que a educação no Brasil não melhora. Se realmente se investir seriamente nas escolas e na qualificação, formação e VALORIZAÇÃO dos professores, qual bandeira erguer na próxima campanha eleitoral?

No Brasil, claramente, vive-se uma política que os antigos romanos já faziam para o controle da massa, "o pão e circo"...
E o resultado está aí!

Prof. Evandro Cristofolini

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